quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

DISCURSO DO PARANINFO: PROFESSOR FABIANO

                Toda mudança traz sempre consigo um pouco de desconforto. Talvez por isso sejamos tão resistentes ao novo. Mas este desconforto muitas vezes se transforma em sentimentos mais positivos. Foi essa experiência que tive em maio deste ano quando tive que mudar de escola. Mais de dois anos na mesma escola acabaram consolidando laços sólidos com colegas e alunos em um trabalho que se tornava mais maduro a cada dia. Mas eis que fui surpreendido pela mudança: devido a meu processo de efetivação, teria que mudar de escola, abandonar meus colegas e meus alunos. A separação não foi fácil e na verdade nunca é. Confesso que tentei manter-me na escola onde já estava trabalhando e descobri que isso não seria possível. E naquele momento isso me chateou.
                Além desse desconforto, haveria outro. Mudar significava começar um novo trabalho em maio com alunos que com certeza – era essa a minha expectativa – me veriam com certa desconfiança.  Diga-se de passagem que essa desconfiança seria absolutamente normal, pois o novo sempre é recebido com cautela, já que não sabemos a realidade de sua natureza, se boa ou ruim. Felizmente a mudança me trouxe mais realizações do que aquelas que poderia esperar. Em muitos sentidos, este ano foi pra mim muito importante e grande parte disso deve-se a esse corpo de alunos aqui presente. A desconfiança transformou-se em companheirismo, amizade e em um trabalho que se não foi perfeito, ao menos nos permitiu realizar muitas coisas.
                Claro que nem tudo foram flores. Havia limitações, algumas materiais e outras criadas por nós mesmos. Houve dias em que o trabalho não me agradou, em que alguma turma tornou minha tarefa mais difícil do que deveria e momentos em que se confundia autoridade com autoritarismo. Como não sou adepto da segunda opção, muitas vezes, confesso, me senti chateado com minha vida profissional. Meus alunos sabem disso, pois em alguns momentos de forte angústia foram eles os ouvidos que usei para desabafar. Mas esses momentos, felizmente, foram poucos e irrelevantes perto daquilo que acredito, conseguimos realizar ao longo desses longos breves meses.
                Juntos fomos amadurecendo uma dinâmica em sala de aula e espero ter apresentado a eles uma história mais viva e mais próxima. Jamais esquecerei esse grupo de alunos que hoje inicia um novo momento na vida, que vivencia  o começo de uma mudança. Como disse acima, mudar traz ansiedade, medo e desconfiança em relação ao novo. Mas espero que vocês se permitam sentir tudo isso, se é que posso me atrever a dar algum conselho a vocês. Só não se deixem  dominar por nenhum desses sentimentos. O novo é parte da vida e nada é totalmente bom ou ruim e isso vocês descobrirão em breve. Pois se perdem um professor, ganham outros e estes não serão apenas bons ou ruins, mas um pouco de cada, dependendo das circunstâncias.
                Por mais que goste de cada um de vocês e que, admito, a separação seja dolorosa, fico satisfeito em não vê-los mais pelos corredores da escola. Pois isso significa que o objetivo da aprovação para uma nova etapa foi concluído. Por favor, não me entendam mal, falo isso pelo enorme carinho que aprendi a ter por todos vocês, e ele não me permite lamentar, nem por um segundo sequer, a ausência de vocês na escola, pois o novo chegou trazendo muita coisa boa da qual vocês merecem usufruir. E se nos serve de consolo, esta noite, diante desse ritual de despedida e de passagem, se cada professor tiver conseguido acender uma boa chama em vocês e ela não se apagar ao longo do tempo, então tudo valeu à pena.
Sejam felizes!
PROALFA 2011: Resultados
MUNICÍPIO:
ESCOLA:
3° Ano
Língua Portuguesa
PROALFA
Proalfa 2011
Redes
Estadual Municipal
603,81 563,22
SRE
Estadual Municipal
605,31 540,84
498,83
Seu Município
Municipal
604,27 533,32
Estadual
1. Proficiência Média
Minas Gerais
Estadual Municipal
98.878 195.465
Redes
Previsto
Efetivo
Percentual
93.158 177.428
94,22% 90,77%
SRE
Estadual Municipal
8.568 22.717
8.003 20.475
93,41% 90,13%
Município
Estadual Municipal
682 1.977
636 1.778
93,26% 89,93%
Escola
172
163
94,77%
2. Participação (número de alunos)
3. Evolução do Percentual de alunos por Padrão de Desempenho
Rede
Municipal de
Minas Gerais
Ano
Proficiência % por Padrão de Desempenho
2009 514,07
2010 536,65
2011 563,22
23,1% 20,7% 56,2%
11,1% 13,2% 75,7%
Município:
IBIRITE
Ano
Proficiência % por Padrão de Desempenho
2009 482,9
2010 495,99
2011 533,32
34,4% 23,4% 42,1%
32,5% 19,3% 48,2%
19,4% 15,8% 64,8%
Escola
Ano
Proficiência % por Padrão de Desempenho
2009 481,8
2010 481,19
2011 498,83
32,6% 22,0% 45,4%
38,5% 22,0% 39,6%
25,8% 20,2% 54,0%
Baixo Intermediário Recomendado
Minas Gerais
Média do Estado: 563,22
Rede Municipal
11,08%
Baixo
11,08%
Até 450
13,19%
Intermediário
13,19%
a 500
75,72%
Recomendado
75,72%
acima de 500
Níveis
Padrões
4. Percentual de Alunos por Nível de Proficiência e Padrão de Desempenho
Município: IBIRITE
Média do Município: 533,32
Rede Municipal
19,35%
Baixo
19,35%
Até 450
15,8%
Intermediário
15,80%
a 500
64,85%
Recomendado
64,85%
acima de 500
Níveis
Padrões
Escola: EM PREF JOSE WANDERLEY
Média da sua Escola: 498,83
Rede Municipal
25,77%
Baixo
25,77%
Até 450
20,25%
Intermediário
20,25%
a 500
53,99%
Recomendado
53,99%
acima de 500
Níveis
Padrões

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Análise Final do aproveitameno dos alunos em 2011

Análise do Resultado Final do aproveitamento do alunos em 2011.

Total de alunos matriculados: 305
Total de alunos aprovados:    206

Aproveitamento final de todos os alunos do sexto ao nono ano: 67%

No ano passado o aproveitamento foi de 65%.

Não dá para falar que melhorou, significa, simplesmente, que mantivemos o ritmo. A escola precisa fazer algo diferente que consiga "atingir" de fato os alunos, podendo realmente melhorar o desempenho  dela.


"O princípio da insanidade é querer alcançar resultado diferente fazendo sempre as mesmas coisas"
(Einsten)

Breno José de Araújo
Orientador Educacional
Ibirité - Minas Gerais

RESULTADO FINAL DO SEXTO AO OITAVO ANO DE 2011

ESCOLA MUNICIPAL DO BAIRRO JARDIM DAS ROSAS
Serviço de Orientação Educacional

RESULTADO FINAL DO SEXTO AO OITAVO ANO DE 2011.


TURMA
MATRIC.
EVADIDOS
APROV.
REPROV
% APROV
601
31
02
19
10
61%
602
33
02
22
09
66%
603
33
02
24
07
72%
TOTAL
97
06
65
26
67%






701
20
07
08
05
40%
702
27
01
23
03
85%
TOTAL
47
08
31
08
65%






801
21
03
15
03
71%
802
25
05
14
06
56%
TOTAL
46
08
29
09
63%






TOTALGERAL
190
22
125
43
65%

FONTE: SECRETARIA DA ESCOLA.

Ibirité, 19 de dezembro de 2011.

domingo, 18 de dezembro de 2011

O que me leva a continuar com o meu trabalho

No cotidiano do meu trabalho como orientador educacional estou sujeito a muitas resistências. Não sou compreendido pelos meus colegas professores, pelas famílias e sou ridicularizado pelos alunos que riem de mim com frequência. Eu sinto como "peixe fora d`água". Parece que estou falando grego. Parece que não falamos a mesma linguagem. Eu, como representante da escola, eu, que estudei a minha vida inteira na escola e não sei fazer outra coisa senão trabalhar em escola. Acho que não compreendo a escola. Na escola não se vive um mundo real, é um outro mundo. É um local onde se ensina a ler e a escrever, mas, ninguém ali lê e escreve. Na escola se ensina gramática, quem é que escreve corretamente de acordo com as normas gramaticais?

Publico esse texto que recebi de uma aluna porque ele demonstra um pouco do que consegui fazer. Essa aluna entendeu a proposta. Graças a Deus!!! Ela me dá forças para continuar. Ela, pela Graça de Deus, aponta o caminho. Não estou falando grego tanto assim, há esperança.




"Eu, Alícia, me reconheço que não sou uma aluna exemplar. Que muitas vezes eu venho a escola e não levo as aulas muito a sério, mas tento me comportar de acordo com as regras da escola. Respeitando o direito dos meus amigos e professores. Sei a hora certa de fazer as coisas. Tento chegar no colégio sempre cinco minutos antes do sinal para poder entrar em sala no horário certo.

Tento manter minha nota no boletim sempre na média, pois assim irei me controlar.
Eu sei lidar com meus problemas  resolvendo tudo na paz, sem briga e sem confusão.
Se eu pudesse voltar atrás no início de tudo, voltaria e fazia de mim outra pessoa, uma garota responsável, estudaria mais e melhoraria as minhas notas, mas, eu sei que não é tarde para isso, e todo esse ano perdido fazendo bagunça.

Os amigos, no futuro, irei sentir falta e então será tarde para chorar...

Sei que todas as vezes que o orientador me chamava para olhar o meu caderno e me dava aquela leve bronca, sempre foi pensando no meu futuro. Eu não gostava muito, mas isso foi fazendo eu pensar:  "se ele faz isso é porque ele me ama e que quer eu me dando super bem no futuro..."

Então, eu agradeço:

Obrigado por puxar minha orelha e fazer eu pensar na minha vida escolar."


O texto é de autoria da aluna., são suas próprias palavras, escrito no dia 29 de novembro de 2011. É o item 7 da Ficha de Auto-Avaliação Atitudinal e Procedimental. Eu fico feliz porque não foi a única. É a resposta que Deus me dá para continuar o meu caminho. Não desistir, apesar das dificuldades.

Obrigado Alicia pelas palavras carinhosas. Tenho certeza que aprendeu muito e progredirá muito na vida.

Breno José de Araújo
Orientador Educacional
Ibirité, 18 de dezembro de 2011.

Estudar

Em obediência a Paulo Freire que disse que a gente só aprende a escrever: escrevendo. Que devemos reescrever o próprio texto porque assim estaremos apto a escrevê-lo melhor. Publico o rascunho do texto "Estudar" material instrucional que estou escrevendo para entregar aos meus alunos. A proposta é esclarecê-los como funciona a escola e o que essa instituição espera deles. Assim saberão o que é preciso fazer para que possam alcançar êxito através do próprio mérito.

É apenas um RASCUNHO, uma primeira versão, que sim já passou por revisão, que sim já teve leitores críticos que o julgaram. O primeiro foi eu mesmo. Li e reli diversas vezes. Publico também como desafio. Não escrevo bem. Quero escrever, mas nem engatinhar eu sei, quanto mais andar por esse caminho...





FORMATURA DO NONO ANO DE 2011

No dia 14 dezembro de 2011 no Teatro Municipal de Ibirité localizado à rua Silveira no. 47 às 19 horas e trinta minutos aconteceu a Formatura da turma de 2011 do nono ano do Ensino Fundamental II da Escola Municipal do Bairro Jardim das Rosas. Os alunos presentes receberam a seguinte mensagem:

PORTAS
Içami Tiba

Se você abre uma porta, você pode ou não entrar em uma sala.
Você pode não entrar e ficar observando a vida.
Mas se você vence a dúvida, o medo, e entra, dá um grande passo:
nessa sala, vive-se. Mas também tem um preço...

São inúmeras outras portas que você descobre.
às vezes, quebra-se a cara; às vezes, curte-se mil e uma.
O grande segredo é saber quando e qual porta deve ser aberta.
A vida não é rigorosa. Ela propicia erros e acertos. Os erros podem ser transformados em acertos quando nela se aprende.

Não existe a segurança do acerto eterno.
A vida é generosa. A cada sala que se vive, descobrem-se tantas outras portas.

E a vida enriquece quem se arrisca a abrir novas portas.
Ela privilegia quem descobre os seus segredos e generosamente oferece afortunadas portas.

Mas a vida também pode ser dura e severa.
Se você não ultrapassar a porta, terá sempre a mesma porta pela frente.
É a repetição perante a criação, é a monotonia monocromática perante a multiplicidade das cores, é a estagnação da vida...
Para a vida, as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens.


Dezembro de 2011.

Parabéns formandos!!!

RESULTADO FINAL NO NONO ANO DE 2011

Na turma 901, dos 28 matriculados, 02 evadiram, 23 foram aprovados e 03 foram reprovados resultando num aproveitamento de 82% da turma.

Na turma 902, dos 28 matriculados, não houve evasão, 25 foram aprovados e 03 foram reprovados resultando num aproveitamento de 89% da turma.

Na turma 903, dos 28 matriculados, 04 evadiram, 18 foram aprovados e 06 foram reprovados resultando num aproveitamento de 64% da turma.

Na turma 904, dos 31 alunos matriculados, 06 evadiram, 15 foram aprovados e 10 foram reprovados resultando num aproveitamento de 48% da turma.

No geral eram 115 matriculados nas quatro turmas, 12 evadiram, 81 foram aprovados e 22 foram reprovados resultando num aproveitamento de 71% dos alunos do nono ano.

Analisando os resultados, a escola fica triste. Não é um bom resultado. Lembrando que a meta é de alcançar 100 por cento de aproveitamento. Isso é possível.

Tragédia maior é constatar que uma turma não teve nem a metade de aprovação.

Qual é o motivo disso?

Não há uma resposta exata. Uma série de fatores contribue para isso. Há parcelas de responsabilidade a imputar a cada um dos responsáveis: Direção, Equipe Pedagógica, Governo, Professores, Pais e alunos.

O que fica?

Trabalhar no ano de 2012 para os alunos que foram reprovados não sejam novamente ou evadam. É o que a orientação educacional fará em seu planejamento. Começando com uma conversa com os responsáveis e os alunos no início do ano de 2012 estabelecendo um cronograma de acompanhamento.

Breno José de Araújo
Ibirité, 18 de dezembro de 2011.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

COMPROMISSO

MEU COMPROMISSO ENQUANTO EDUCADOR É CHEGAR PELO MENOS PERTO DO QUE PAULO FREIRE FALA NA INTRODUÇÃO À CARTAS A CRISTINA.

Escrever, para mim, vem sendo tanto um prazer profundamente experimentado quanto um dever irrecusável, uma tarefa política a ser cumprida.

A alegria de escrever me toma o tempo todo. Quando escrevo, quando leio e releio o que escevi, quando recebo as primeiras provas impressas, quando me chega o primeiro exemplar do livro já editado, ainda morno, da editora.

Em minha experiência pessoal, escrever, ler e reler as páginas escritas, como também ler textos, ensaios, capítulos de livros que tratam o mesmo tema sobre que estou escrevendo ou temas afins, é um procedimento habitual. Nunca vivo um tempo de puro escrever, porque para mim o tempo de escrita é tempo de leitura e de releituras. Todo dia, antes de começar a escrever, tenho de reler as vinte ou trinta páginas do textos em que trabalho e, de espaço a espaço, me obrigo à leitura de todo o texto já escrito. Nunca faço um coisa só. Vivo intensamente a relação indicotomizável escrita-leitura. Ler o que acabo de escrever me possibilita escrever melhor o já escrito e me estimula e anima a escrever o ainda não escrito.

Ler criticamente o que escrevo no momento mesmo em que me acho no processo de escrever me "fala" do acerto ou não de que fui capaz. Em última análise, é lendo e relendo o que estou escrevendo que me torno mais apto para escrever melhor. Aprendemos a escrever quando, lendo com rigor o que escrevemos, descobrimos ser capazes de reescrever o escrito, melhorando-o, ou mantê-lo por nos satisfazer. Mas, como disse antes, escrever não é uma questão apenas de satisfação pessoal. Não escrevo somente porque me dá prazer escrever, mas também porque me sinto politicamente comprometido, porque gostaria de convencer outras pessoas, sem a elas mentir, de que o sonho ou os sonhos de que falo, sobre o que escrevo e porque luto valem a pena ser tentados. A natureza política do ato de escrever, por sua vez, exige compromissos éticos que devo assumir e cumprir. Não posso dar a impressão de que tenho conhecimento disto ou daquilo sem o ter. Não posso fazer citação de pura frase, sugerindo aos leitores que li a obra toda do autor citado. Me faltará autoridade para continuar escrevendo ou falando de Cristo se discrimino o meu vizinho porque é negro, o discrimino também porque é operário e a sua mulher é negra, operária e mulher.

Não se diga que esteja defendendo o exercício de escrever a puros anjos. Não, escrevem homens e mulheres submetidos a limites que devem ser tanto quanto possível por eles e elas conhecidos. Limites epistemológicos, econômicos, sociais, raciais, de classe etc. Uma fundamental exigência ética ante a qual devo estar sempre advertido é a que me cobra quanto ao conhecimento que devo ter de meus próprios limites. É que não posso assumir autenticamente o magistério sem ensinar ou ensinando errado, desorientando, falseando. Na verdade, não posso ensinar o que não sei. Não ensino lucidamente quando apenas sei o que ensino, mas quando tenho o alcance de minha ignorância, quando sei que não sei ou que não estou sabendo.

Só quando sei cabalmente que não sei ou que sei, falo do não sabido não como se o soubesse, mas como ausência superável de conhecimento. E é assim que parto melhor para conhecer o ainda não-sabido.

Sem humildade, dificilmente cumpro essa exigência. É que, inulmide, recuso reconhecer minha incompetência, o melhor caminho para superá-la. E a incompetência que escamoteio e disfarço termina por, desnudando-se, desmascarar-me.

O que se espera de quem escreve com responsabilidade é a busca permanente, incansável, da pureza que recusa a hipocrisia puritana ou a desfaçatez da sem-vergonhice. O que se espera de quem ensina, falando ou escrevendo, em última análise, testemunhando, é que seja rigorosamente coerente, que não se perca na distância enorme entre o que faz e o que diz.

Fonte: Introdução à Cartas a Cristina. Paulo Freire. Paz e Terra. 1994. Rio de Janeiro. Páginas 15 a 17.

Grifos meus.
Uma professora me indicou essa leitura. Ela me ensinou bem. Lembro-me sempre dessa leitura. Copiei o texto no caderno de anotações. Texto perfeito para se discutir sempre na escola.

Compromisso: que eu escute Paulo Freire.

Breno José de Araújo
Pedagogo
Ibirité - Minas Gerais
16 de dezembro de 2011.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

FICHA DE AUTO-AVALIAÇÃO ATITUDINAL E PROCEDIMENTAL











ESCOLA MUNICIPAL DO BAIRRO JARDIM DAS ROSAS
SERVIÇO DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
FICHA DE AUTO-AVALIAÇÃO ATITUDINAL E PROCEDIMENTAL
                A proposta dessa ficha é fazer com que o aluno realize uma reflexão sobre o seu processo educacional é uma auto-avaliação mesmo. E ao mesmo tempo, é também uma avaliação do trabalho do orientador educacional e da escola. Essa ficha é um gênero textual e se insere totalmente no contexto escolar.
                A orientação educacional tem usado, ao longo dos anos, esse instrumento e fez no decorrer do período alguns ajustes, conforme foi percebendo e avaliando as respostas dos alunos. A fonte do texto vem da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais. Primeiramente, foi usada a ficha na íntegra, depois foram feitas algumas adaptações. Havia na coluna de respostas três afirmativas (sim, não, às vezes). Mas percebeu-se que se o indivíduo responde às vezes significa que ele não está cumprindo o combinado e observa-se que o texto pode ser resumido em apenas uma palavra: DISCIPLINA.
                Uma pessoa disciplinada é uma pessoa que mantêm o ritmo, não existe para ela a frase: “hoje eu esqueci”. Por definição, ser disciplinado significa que não se encontra motivo de reparos na pessoa: ela chega no horário, traz sempre o material necessário e não discute.
                Portanto, as respostas são sim ou não, cumpre ou não cumpre, não existe meio termo. Ao marcar um x na coluna “às vezes” é o mesmo que dizer não, não eu não fiz, não eu não faço.  Alguns alunos reclamaram da exclusão do “às vezes”.
                O segundo ajuste foi em fazer o texto coincidir com outro material instrucional da orientação educacional que é trabalhado com os alunos todo início do ano letivo “Escola: Aventura do Conhecimento” também chamado de “Manual de Estudo”.
                O que se pretende com isso? Levar ao aluno a refletir sobre suas atitudes, tirar dele um pensamento infantil de que as coisas se resolvem “por mágica” e de que a culpa está sempre com os outros. São frases que se ouve muito dos adolescentes: “o professor me deu bomba”, “a professora é uma chata”, “não foi eu”, “eu não fiz nada”, “o professor cismou comigo”,  “a professora não gosta de mim”, e outras mais do gênero que usam para justificar muitas vezes, o injustificável.
                A orientação educacional busca construir nos alunos a autonomia, a faculdade do indivíduo entender as regras e cumpri-las sem necessidade de coerção externa. Isso é muito difícil. São poucos os que adquirem essa qualidade no final do ensino fundamental.
                Como os alunos reagem à atividade?
·         Primeiro não querem fazer;
·         Segundo perguntam para quê?
·         Terceiro perguntam: vale nota?
·         Quarto respondem que vão marcar tudo sim ou que vão marcar tudo não.
·         Entregam...
·         Não fazem o texto, é preciso devolver a folha e exigir que escrevam.
·         Assustam-se com exigência de escrever 15 linhas, isso é de propósito, é o mínimo necessário para se escrever um texto de qualidade.
·         Eles se recusam a escrever tanto, usam de subterfúgios, fazem linhas grandes, fazem quadrados para escrever pouco. Usam letras grandes.
·         Quando se encontra alunos dispostos a escrever, eles não entendem a proposta, fazem bilhetes para a orientação, reclamam da escola, dos colegas, enfim, é tudo, menos uma reflexão auto-avaliativa.

Mas, isso tudo não é culpa deles. É culpa da escola. Em toda sua trajetória escolar nunca lhe foi solicitado que refletisse sobre si mesmo, e sobre sua própria aprendizagem.

Não pode se pedir que o aluno leia o próprio texto que escreveu. Ele não fará isso. Você não pode nem ao menos pedir que conclua melhor o texto. Ele se recusará peremptoriamente.

                Por tudo isso, os textos das alunas apresentadas a seguir são bons exemplos. O que queremos ressaltar é que elas entenderam a proposta apresentada pela orientação educacional, fizeram um texto auto-avaliativo e refletiram sobre a aprendizagem. Haviam sido reprovadas no ano anterior, receberam apoio de suas famílias, se mostraram mais assertivas à orientação educacional, ou seja, obedeceram mais. Enquanto texto gramaticalmente correto, elas têm muito que aprender o que não tira o mérito delas e isso foi lhes dito, o importante é a reflexão, que foram capazes de fazer e o melhor, no terceiro bimestre já tinha obtido nota suficiente para aprovação nesse ano letivo de 2011.
                A ficha de auto-avaliação está sendo publicada porque as alunas citadas autorizaram sua publicação.
                Breno José de Araújo – Orientador Educacional
Ibirité, 08 de dezembro de 2011.

               
               
               
            



ESCOLA MUNICIPAL DO BAIRRO JARDIM DAS ROSAS
FICHA DE AUTO-AVALIAÇÃO ATITUDINAL E PROCEDIMENTAL

Aluno (a) __________________________________________________Turma:

ASPECTOS AVALIADOS
RESPOSTAS
1. CONVIVÊNCIA SOCIAL
SIM
NÃO
a) Estou sempre uniformizado (a)?


b) Sei ouvir o professor e não o interrompo quando este está falando?


c) Sei a hora certa de fazer perguntas e a hora certa de me manter em silêncio?


d) Participo e interesso-me  das atividades planejadas para a aula?


e) Respeito o meu colega que está trabalhando sem o perturbar?


f) Uso o horário do recreio para brincadeiras saudáveis?


g) Contribuo para uma boa organização da sala de aula, tendo zelo com o  material individual e coletivo?


2. PONTUALIDADE E CAPRICHO
SIM
NÃO
a) Sou assíduo às aulas e justifico as faltas que tenho?


b) Quando retorno às aulas após a falta, procuro colocar a matéria que perdi em dia e converso com o professor para receber dele as atividades impressas?


c) Mantenho meu caderno em dia, ou seja, completo?


d) Procuro escrever de forma legível?


e) Chego à escola às 7 horas em ponto, sem atraso e encaminho-me imediatamente à sala de aula?


f) Encaminho-me imediatamente à minha sala após o recreio?


g) Espero o próximo professor, dentro da sala, nos intervalos das aulas?


h) Entrego os trabalhos, de forma correta, na data marcada?


3. RESPONSABILIDADE:
SIM
NÃO
a) Faço todas as atividades propostas pelo professor na sala de aula?


b) Estou sempre com o material necessário a cada aula?


c) Faço os Deveres de Casa?


d) Estudo para as provas com antecedência?


e) Cuido do meu material escolar, mantendo-o sempre à vista para se evitar perdas e furtos?


4. PRÁTICA DE LEITURA: (estudo em casa)
SIM
NÃO
a) Tenho hábito de ler? Gosto da Leitura?


b) Tenho horário de estudo em casa?


5. PRÁTICA DE ESCRITA:
SIM
NÃO
a) Os textos que produzo são claros e ricos em idéias?


b) O meu vocabulário é rico e bem articulado?


c) Tenho atenção para escrever as palavras corretamente?


d) Procuro reler os textos que escrevo?


e) Ao reler os textos procuro corrigir o que notei que pode melhorar?


6. ORGANIZAÇÃO:
SIM
NÃO
a) Não esqueço nenhum material necessário para aula?


b) Colo em meu caderno as atividades e provas entregues?


c) Guardo, em casa, os trabalhos devolvidos, em uma pasta adequada?


7- TEXTO (Reflexão individual): Analise suas respostas de forma sincera e verdadeira e redija um texto explicando para si mesmo que espécie de aluno você é, o que suas respostas indicam? Você é um aluno exemplar ou você precisa melhorar suas atitudes e comportamento? Fale sobre si mesmo, não é para dizer o que as pessoas esperam ouvir, é para dizer a verdade! Suas notas no boletim refletem as suas respostas e comprovam o que fala de si mesmo e como tem agido na escola, é o seu resultado. (mínimo: 15 linhas).




FORMATURA 2011

FORMATURA 2012

Formatura 2013

Nono ano 2014

Localização

Custa Estudar?

Objetivo do blog

Divulgar para a comunidade escolar como funciona a escola.

Escola Municipal do Bairro Jardim das Rosas

Escola Municipal do Bairro Jardim das Rosas

Ler e escrever!

A função primordial de uma ESCOLA é ensinar o aluno a LER e a ESCREVER. Quando ele aprende a LER e a ESCREVER, deve então LER e ESCREVER! Transformando - se assim num CIDADÃO. Capaz de LER o mundo que o cerca e de ESCREVER sua própria história.



Esse blog é uma ferramenta onde os alunos e toda a comunidade da Escola Municipal do Bairro Jardim das Rosas possam fazer uso da LEITURA e da ESCRITA tendo como assunto principal a si próprios como SUJEITOS DO CONHECIMENTO que são.







Escola e Democracia

Dermeval Saviani em sua obra: Escola e Democracia – polêmicas do nosso tempo diz:

Uma pedagogia articulada com os interesses populares valorizará, pois, a escola; não será indiferente ao que ocorre em seu interior, estará empenhada em que a escola funcione bem; portanto, estará interessada em métodos de ensino eficazes. Tais métodos se situarão para além dos métodos tradicionais e novos, superando por incorporação as contribuições de uns e de outros. Portanto, serão métodos que estimularão a atividade e iniciativa dos alunos sem abrir mão, porém, da iniciativa do professor; favorecerão o diálogo dos alunos entre si e com o professor mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levarão em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos.

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