quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Projeto Pedagógico: "O Caderno fala!"

PROJETO PEDAGÓGICO:“O CADERNO FALA!” Breno José de Araújo,Lorrayne Cristina Hackbart Nunes,Marcilene Pereira Costa dos Reis, Viviany MichelineMichel Escola Municipal do Bairro Jardim das Rosas Resumo. Palavras-chave: Projeto político-pedagógico, Gestão escolar, Relação família-escola, Cadernos. Introdução Tecendo a manhã João Cabral de Melo Neto Um galo sozinho não tece uma manhã: Ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele E o lance a outro; de um outro galo Que apanhe o grito que um galo antes E o lance a outro; e de outros galos Que com muitos outros galos se cruzem Os fios de sol de seus gritos de galo, Para que a manhã, desde uma teia tênue, Se vá tecendo, entre todos os galos. 2 E se encorpando em tela, entre todos, Se erguendo tenda, onde entrem todos, Se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo Que, tecido, se eleva por si: luz balão. A Escola Municipal do Bairro Jardim das Rosas foi inaugurada em 2009 quando se reuniu seus profissionais e nesse momento o termo “pedra” se fez presente e nessa primeira reunião refletiu-se sobre o significado amplo dessa palavra. Seria uma pedra de tropeço, como um obstáculo a ser removido; pedra de construção para se erguer uma parede; objeto violento para se ferir alguém; material para se construir e esculpir uma obra de arte. Naquele momento a escola estava por se construir, um prédio novo para se terminar, alunos e profissionais que não se conheciam iniciando um relacionamento. Uma comunidade que não via com bons olhos a instalação da escola nesse ponto geográfico do bairro. Surgiram conflitos, problemas disciplinares, choque de opiniões, carência de recursos materiais e pedagógicos, busca... Com o tempo, o grupo foi se consolidando, os conflitos e a indisciplina serenando, a comunidade passou a aceitar a escola e a conviver com ela de forma mais ou menos harmônica. O projeto pedagógico: “O Caderno fala!” se apoia num pilar: o uso de cadernos separados pelos alunos. A escola passou a recomendar às famílias o uso do caderno96 folhas, 1x1, universitário. Pediu que fosse evitada a compra e consequentemente o uso de fichário e caderno de dez ou mais matérias. É claro que não se constituía uma norma com o dever de obrigar as famílias a cumprir. A escola não tinha nenhum mecanismo de punição àqueles que se recusassem a fazê-lo. Iniciava-senaquele momento um projeto pedagógico, através de apresentação de uma proposta de trabalho pela direção e coordenação pedagógica e da argumentação de que se aderindo, a ideia seria benéfica para todos os envolvidos (família, escola, aluno) em relação ao processo de ensino-aprendizagem que é o objetivo da escola. No início houve muita resistência por parte de todos, porque toda ideia nova traz imbuída em si uma rejeição pela novidade, o que é natural. Contudo, como já foi dito, não era uma obrigatoriedade e muito menos uma total novidade. Muitos alunos e - claro- suas famílias já adotavam essa política de usar cadernos separados. Então, foi por aí que tudo começou. Professores e o orientador começaram a dar vistos e acompanhar a realização das atividades desses cadernos. Por que isso foi importante? Porque para que uma proposta pedagógica seja posta em prática e alcance sucesso é necessário haver consensos. Todos os responsáveis pela educação do aluno precisam falar a mesma linguagem, devem acatar as deliberações do grupo e agir em sintonia, a força reside no conjunto, cada um reforça os demais, não se abrindo “brechas”, só assim o resultado coletivo melhora. Como diz o ditado “o todo é muito maior que a soma de suas partes”. Objetivo Geral Acompanhar o educando para que alcance o sucesso escolar nas dimensões socioafetiva e pedagógica. Objetivos Específicos Acompanhar todos os alunos do turno da manhã; Identificar os educandos de baixo rendimento escolar; identificar os educandos infrequentes, estabelecer contato estreito e frequente com as famílias; executar o plano de intervenção pedagógica para os alunos de baixo rendimento escolar. Metodologia A função do planejamento educacional é saber conduzir o ano letivo, coordenar a rotina cotidiana e buscar alcançar a realização dos objetivos propostos. Foi formulado um plano anual de trabalho com o objetivo de acompanhar a realização das atividades por parte dos alunos, ajudar o professor no desenvolvimento de suas atividades e informar às famílias sobre desenvolvimento do aluno no âmbito escolar visando à aprendizagem da criança e do adolescente. A escola propôs às famílias a utilização de caderno separado, um para cada disciplina curricular com as seguintes especificações: 96 folhas, 1x1, espiral,universitário. Como justificativa apresentou os seguintes argumentos: esses cadernos são mais baratos, facilita a realização das atividades por parte do aluno e a supervisão delas por parte de professor, orientador e o responsável. Facilita o estudo do aluno que tem uma melhor organização do que está fazendo. Esse trabalho não se configurava nenhuma novidade, pois se percebeu que muitos alunos já usavam esses cadernos. Aliado a essa orientação os professores davam vistos nas tarefas feitas pelos alunos. O orientador educacional também passou a fazer isso e a informar aos pais e/ou responsável sobre o cumprimento das tarefas. Bastava aos mesmos observar as marcas deixadas no caderno pelos educadores, cobrar de seus filhos a realização da tarefa e entrar em contato com a escola para dirimir dúvidas, pedir esclarecimentos e apresentar sugestões. Percebeu-se então, que a dinâmica das famílias havia mudado não se configurava mais como era antigamente. Pais que trabalhavam o dia inteiro não tinham tempo para observar o caderno do filho. Dessa formao único retorno das atividades que o aluno fazia em sala de aula era dado pelo orientador educacional. Que por sua vez ao avaliar o caderno percebia o quanto o aluno precisava de alguém que o acompanhasse. Também se observou que o aluno precisava ser ensinado de como funciona a escola. Existe um conhecimento que nos Parâmetros Curriculares Nacionais é chamado de Conteúdo Procedimental que são “as regras, técnicas, métodos, habilidades, procedimentos” que possibilitam a aquisição do conteúdo trabalhado. O aluno não tem isso claro, é preciso sempre especificar. Há uma crença que ele já tenha esse conhecimento adquirido. Contudo, se ninguém ensinar, ele nunca aprenderá, impactando negativamente no resultado educacional. Passou-se a trabalhar em sala de aula o texto: “Escola – aventura do conhecimento”, no qual se estabelecia o que se esperava que um aluno fizesse na escola. As regras básicas que também podia ser resumida em disciplina. A escola registra todo o histórico do aluno ao longo do ano que contempla ocorrências dentro e fora de sala, reuniões de pais, atendimentos aos pais individualmente. Faz um acompanhamento sistemático dos alunos e casos que não são possíveis de resolver são encaminhados ao Conselho Tutelar. Criou-se uma rotina de trabalho escolar e foi possível conter a indisciplina dos alunos. Com o tempo a comunidade escolar passou a aceitar a escola e a apoiá-la. Prova disso é que a direção da escola foi indicada pela comunidade escolar de forma democrática. Os alunos que tivessem os cadernos organizados recebiam reconhecimento pelo bom trabalho. Os que não apresentavam recebiam marcas no caderno do que não estava de acordo além de bilhetes informativos para casa. Os alunos que alcançavam as médias nas provas recebem balas como recompensa, assim distribuídas: 01 bala 60%, 02 balas 80% e 03 balas 100% da prova. Assim passou-se a valorizar a prova. Com o passar do tempo o índice de alunos com bons resultados nas provas melhorou significativamente. Chegando agora ao patamar de a maioria absoluta dos alunos conseguirem as balas e as exibirem com orgulho. A cada final de etapa a escola faz também uma premiaçãodenominada “aluno-destaque” entregando diplomas e medalhas para todos os alunos que tiveram um resultado satisfatório na etapa. A escola faz reuniões pedagógicas periódicas para tomar as decisões conjuntamente e estabelecer o planejamento aolongo do ano. Atuando dessa forma a escola promove a ação-reflexão da prática escola, integrando as ações educativas de forma a facilitar as relações de aprendizagem, promovendo a socialização do conhecimento, ampliando as possibilidades do aluno de compreender e agir no mundo como cidadão crítico e participativo, elementos essenciais para o exercício da cidadania. Resultados A nota do IDEB da escola melhorou, começou a ser avaliada em 2011 quando os alunos do nono ano do ensino fundamental começaram a ser avaliados. 2011 : 3,2/ 2013: 3,9/ 2015: 4,0 – superando a meta do MEC de alcançar 3,7 O Resultado do PROEB cada vez mais a escola vem reduzindo o percentual de alunos no baixo rendimento e aumentando o percentual de alunos no nível intermediário, recomendado e avançado. As taxas de reprovações e abandonos diminuíram e a taxa de aprovação aumentou. O rendimento das avaliações internas da escola tem melhorado significativamente. Conclusão Tendo em vista todo o exposto em relação ao Projeto Pedagógico “O cadernofala”. Apresentação, acolhimento pela comunidade escolar e desenvolvimento ao longo dos anos e agora passado nove anos. Podemos perceber que houve uma mudança positiva em relação à aceitação pela comunidade da escola. As metas e parâmetros estabelecidos pela proposta estão sendo alcançadas. Osíndices das avaliações externas estão melhorando com redução da faixa de baixo rendimento. O resultado do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) vem crescendo e atualmente superou a meta do MEC para a nossa escola no último ano. Com relação às avaliações internas as notas dos alunos melhoraram significativamente com no ano de 2018 apresentaram um resultado do primeiro trimestre de 78% dos alunos alcançaram média em todas as disciplinas. A escola considera esses números bastante significativos, fruto de um trabalho ao longo prazo que contou com a participação de uma equipe de profissionaiscoesa, engajada, determinada a alcançar seus objetivos. Nenhum projeto pedagógico vai pra frente sem essa parceria que se estabeleceu entre direção, equipe pedagógica e professores. Que apostaram numa ideia a puseram em prática e agora colhem os frutos. Referências • GADOTTI, Moacir (org) Perspectiva Atuais da Educação. Porto Alegre: ARTMED,2000. • GANDI, Danilo e Cruz, Carlos H.C. Planejamento na sala de aula. 5ª. Ed.Porto Alegre: 2000. • LUCK, Heloisa, Metodologia de Projetos _ Uma ferramenta de Planejamento e Gestão. 5ª. Ed. Petrópolis, RJ. Vozes 2003. • LUCK, Heloisa.Orientação Educacional, uma questão paradigmática • PERRENOUD, P. 10 Competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas. Rio Grande do Sul: 2000. • SECRETARIA DE ESTADO EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS, Sistema de Ação Pedagógica SIAPE. • ZABALLA, Antoni. A Prática Educativa: como ensinar. Porto Alegre: ARTMED,1998. • Guia da Educação em família: 77 ideias para melhorar o desempenho escolar do seu filho. Educar para Crescer. Todos pela Educação. Editora Abril.2010 • SAVIANNI, Dermeval. Escola e Democracia. Autores Associados,1993. • SCHMIDIT, Maria Junqueira et. Ali. Orientação Educacional. Agir.1963. • www.escolabjr.blogspot.com.br • https://www.slideshare.net/EscolaRosas Anexos

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A função primordial de uma ESCOLA é ensinar o aluno a LER e a ESCREVER. Quando ele aprende a LER e a ESCREVER, deve então LER e ESCREVER! Transformando - se assim num CIDADÃO. Capaz de LER o mundo que o cerca e de ESCREVER sua própria história.



Esse blog é uma ferramenta onde os alunos e toda a comunidade da Escola Municipal do Bairro Jardim das Rosas possam fazer uso da LEITURA e da ESCRITA tendo como assunto principal a si próprios como SUJEITOS DO CONHECIMENTO que são.







Escola e Democracia

Dermeval Saviani em sua obra: Escola e Democracia – polêmicas do nosso tempo diz:

Uma pedagogia articulada com os interesses populares valorizará, pois, a escola; não será indiferente ao que ocorre em seu interior, estará empenhada em que a escola funcione bem; portanto, estará interessada em métodos de ensino eficazes. Tais métodos se situarão para além dos métodos tradicionais e novos, superando por incorporação as contribuições de uns e de outros. Portanto, serão métodos que estimularão a atividade e iniciativa dos alunos sem abrir mão, porém, da iniciativa do professor; favorecerão o diálogo dos alunos entre si e com o professor mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levarão em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos.

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