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Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 3, nº1, março de 2008. ISSN 1980-6116
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A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA ESCOLA INFLUENCIA PARA UMA MELHOR
APRENDIZAGEM
Erlindes Valigura Fusverki 1
Nelsi Antonia Pabis 2
RESUMO
O presente trabalho tem como foco principal
realizar um diagnóstico sobre participação
dos pais na escola e a influência dos mesmos
visando uma melhor aprendizagem dos seus
filhos. Segundo (MACEDO 1994, p.199).
”Com a participação da família no processo
de ensino aprendizagem, a criança ganha
confiança vendo que todos se interessam por
ela, e também porque você passa a conhecer
quais são as dificuldades e quais os
conhecimentos da criança.” A pesquisa será
de abordagem qualitativa. Sendo do tipo
estudo de caso, desenvolvida nas Séries
Iniciais na Escola Municipal de Guamirim -
Educação Infantil e Ensino Fundamental. O
instrumento de coleta de dados formulado foi
aplicado para dez professores, dez alunos,
dez pais e um coordenador pedagógico.
Foram utilizadas 40 horas, duração de duas
semanas para a aplicação deste questionário.
Palavras-chave: Participação, pais, escola,
aprendizagem.
ABSTRACT
The present work has as main focus to carry
through a diagnosis on participation of the
parents in the school and the influence of the
same ones being aimed at one better learning
of its children. Second (MACEDO, 1994 p.
199). “With the participation of the family in
the education process learning, the child
gains confidence seeing that all are interested
for it, and also because you starts to know
which is the difficulties and which the
knowledge of the child”. The model of the
research will be of qualitative boarding.
Being of the type study of case, developed in
the Initial Series in the Municipal School of
Guamirim – Infantile Education and Basic
Education. The formulated questionnaire was
applied for ten professors, ten pupils, ten
parents and a pedagogical coordinator. 40
hours had been used, duration of two weeks
for the application of this questionnaire.
Key-words: Participation, parents, school,
learning.
1 - INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo enfocar a importância dos pais na escola,
analisando a importância do trabalho conjunto família - escola no processo ensinoaprendizagem..
Através deste procuramos verificar se a participação da família na escola
ajuda para que o educando obtenha uma aprendizagem melhor.
Escrever ou falar dos pais é sempre uma grande satisfação para nós professores, pois
1 Pós Graduanda do curso de Especialização (Pós Graduação lato sensu) Ensino e Formação de Recursos
Humanos para Educação Básica. UNICENTRO, 2006.
2 Professora Orientadora Dr.ª Mestre em Educação. Departamento de Pedagogia. UNICENTRO, 2006.
A participação dos pais na escola influencia para uma melhor aprendizagem
FUSVERKI,E.V.;PABIS,N.A.
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são eles os mais constantes e próximos agentes de uma possível mudança no âmbito familiar,
com repercussões no contexto escolar.
Diagnostiquei a importância do papel das relações afetivas e emocionais mantidas entre as
crianças e seus familiares no desenvolvimento da aprendizagem, levantando questões relativas
à vida dos alunos que demonstrem a realidade dos mesmos para identificar as causas de seus
problemas de aprendizagem, e relacionei se os pais demonstram interesse e atenção pelo
estudo de seus filhos.
Realizei questionários em que professores, pais, alunos e coordenador pedagógico tiveram
oportunidade de colocar suas idéias, problemas e soluções para visar uma educação de melhor
qualidade em seu contexto escolar. Visitei as casas de alunos para conhecer melhor a sua
realidade familiar. Buscando mais conhecimento sobre os mesmos.
2 - REVISÃO DE LITERATURA
As pesquisas feitas em livros registram peculiaridades importantes do
desenvolvimento do ser humano. A criança quando nasce “prematura” requer, durante um
período relativamente longo, cuidados familiares e mais especificamente maternos para
sobreviver. Segundo (PRESTES, 2005, p.39) “uma criança carente de estímulo social desde o
nascimento e durante a primeira infância, não se socializa isto é, não desenvolve capacidades
humanas nem se adapta à sociedade”.
O desenvolvimento infantil é um processo global. É evidente que as dificuldades de
aprendizagem estão relacionadas tanto às características próprias da criança, quanto às
atitudes inadequadas da família e da escola que afetam a criança enquanto pessoa em
desenvolvimento. “A criança que desde cedo, tem contato com outra, é sabidamente mais
sociável, menos egocêntrica e mais tolerante. Viver em grupo é altamente positivo. O ser
humano é gregário por natureza e – especialmente a criança – adora conviver e se relacionar
com gente do seu tamanho”. (ZAGURY, 2002, p. 33).
Quando a criança entra na escola, conta com uma gama de experiências adquiridas no
convívio com os seus meios anteriores que lhe permitirão formar uma determinada visão
sobre si mesma. A incorporação à escola significa, para ela, uma ampliação na sua esfera de
relação; nela conhecerá outras crianças com quais deverá compartilhar uma parte considerável
de sua vida, além de estabelecer relações com adultos que não pertencem a sua família e nem
às suas relações mais próximas.
Toda criança começa a aprender a partir do nascimento e, desde então, vai construindo
a sua modalidade de aprendizagem no convívio familiar, com decorrência de alguns fatores,
como as trocas emocionais, a aprendizagem social, a observação e a imitação são processos
importantes que se efetivam nesse contato.
Para aprender, a criança ao mesmo tempo necessita de um espaço em que possa
aplicar, verificar ou contestar suas hipóteses e assim avançar em seus conhecimentos. Neste
momento do processo de escolarização da criança quando ela inicia sua busca pelo desejo de
aprender, ela será acompanhada pelo educador que lhe fornecerá experiências escolares
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significados para o seu ser de aprendiz. Para NADAL (2005, p.24) “A sala de aula como um
espaço de comunicação onde o processo de ensino se materializa em situações didáticas. São
estas atividades, especialmente planejadas, preparadas e orientadas para levar os alunos aos
objetivos de ensino que permitem a interação entre o professor e o aluno, o professor e a
classe, um aluno e o colega, os alunos entre si e entre todos eles e o conhecimento”.
No geral, as experiências e aprendizagens realizadas pela criança, são complexas, pois
envolvem situações e pessoas com reações diferentes. Sobre a influência da escola na vida da
criança. (CUBERO, 1995. p. 253) afirma que: a escola é junto com a família, a instituição
social que maiores repercussões tem para a criança. Tanto nos fins explícitos que persegue
expressos no currículo acadêmico, como em outros não planejados, a escola será determinante
para o desenvolvimento cognitivo e social da criança e, portanto, para o curso posterior da
vida.
Naturalmente que, depois da família, é na escola que as crianças permanecem mais
tempo, e as expectativas em relação ao seu desempenho escolar aumentam, assumindo maior
importância na vida em família.
Mas não compete apenas à escola a função de educar, mas também à família em
primeiro lugar. E se hoje se tem a sobrecarga da vida moderna, é sumamente importante
lembrar que o que vale não é o tempo que se passa junto com os filhos, mas a maneira como
estabelecem as relações com eles. Isso é o que importa, pois se os filhos sabem que podem
contar com os a pais quando necessitarem, se os pais têm uma parte do seu tempo diário e de
lazer reservado para dar atenção e conversar com os filhos, se os limites são estabelecidos
com flexibilidade e justiça, sem culpas ou necessidades compensatórias, pode-se esperar,
então, menor probabilidade de problemas. Para NADAL (2005, p.37), a maioria das crianças
quando chega à sua classe vem com imagens sobre a escola construída por aquilo que ouviu
ou viu. Na realidade, para grande parte das crianças, a escola constitui-se numa das únicas
oportunidades para a aquisição de conhecimentos sistemáticos, necessários á sobrevivência e
á participação na sociedade.
Nas últimas décadas, nossa sociedade passou por mudanças sócio-econômicas e
também culturais que se refletiram diretamente nas relações familiares. Os pais de hoje
trabalham mais e ficam menos com os filhos. Inclusive a mãe, que antes cuidava das crianças
transmitindo valores, hoje sai para trabalhar. Todavia, esta situação nunca deveria interferir na
prática participativa dos pais no processo da formação dos filhos, bem como em todas as
atividades escolares, já que do seio da própria sociedade que saem as motivações necessárias
para o trabalho educativo, e é dela que vem a clientela escolar.
A escola vem enfrentando cada vez mais sérios problemas por parte de seus alunos,
tais como: desinteressados, indisciplinados, revoltados e até mesmos violentos.
“A educação dos filhos assume um caráter de maior
permissividade junto aos pais, com as mudanças
ocorridas na estrutura familiar, permitindo maior
liberdade aos filhos, esquecendo que eles necessitam de
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apoio e educação. Nesta dinâmica familiar, temos visto a
crescente “crise de gerações”, a dificuldade no
relacionamento pais/filhos, no estabelecimento de laços
familiares.” (PRESTES, 2005. p.35).
Considerar-se-á que o principal agente de formação da criança é a família. Porém que
a crise que a família vem enfrentando por todas essas transformações que teve, alteraram
profundamente a qualidade de vida da criança. A desestrutura familiar permeia a nossa
sociedade o que influencia diretamente na formação primeira da criança, pais separados têm
uma grande influência no desenvolvimento psicológico, emocional e afetivo das nossas
crianças.
Portanto a criança não é mecanismo que possa ser medido e avaliado através de uma
fórmula simples ou um padrão. Ela também tem seus problemas, suas dificuldades, brigou
com um colega, enfrenta problemas familiares, entre outros fatores que podem influenciar em
seu desenvolvimento. Não é por que é criança que não tem sentimentos, conhecimentos das
coisas do mundo, hoje as crianças, muitas vezes, têm muito mais conhecimentos que os
adultos. Segundo LOBO (1999, p.87) “Para que a criança controle bem suas emoções é
preciso que ela saiba traduzir em palavras o que está sentindo, que reconheça os seus
sentimentos, o que tenha boa comunicação com os pais e boa relação afetiva”.
Uma boa comunicação entre pais e filhos exige em primeiro lugar, traduzir o amor,
respeito, confiança, atenção e atender as suas necessidades básicas. Com essa participação dos
pais no processo de ensino-aprendizagem, ela ganha mais confiança, vendo que todos se
interessam por ela, e também porque você passa a conhecer quais são as dificuldades e quais
os conhecimentos que ela tem.
Comunicar-se com os filhos é dar apoio, conhecer as suas dificuldades, verificar pelo
que eles estão passando, estimulando suas potencialidades, dando liberdades e incentivo, e
respeitando os sentimentos da criança.
A família que propicia curiosidade em seus filhos, desde pequeno, valorizando suas
atitudes e criando situações para que eles estabeleçam relações e desenvolvam o pensamento
científico, em sua rotina, é uma família que sempre valoriza e respeita as atividades
relacionadas á vida escolar de seus filhos. Por sua vez, a família que se preocupa somente
com as notas dos filhos, valorizando apenas o produto final, ou demonstra, que por várias
atitudes e decisões, que a busca de conhecimento não é prioridade no contexto familiar, mas
sim, se ela passou e não teve notas vermelhas.
É fundamental a qualidade do relacionamento existente entre a criança e a família, por
isso crianças vítimas de maus tratos, ou que convivem com a instabilidade econômica,
profissional e emocional dos pais, com o alcoolismo e a violência, terão, quase sempre,
dificuldade para desenvolver um sentimento de identidade estável e satisfatório. Essas
crianças acabam ficando com a auto-estima baixa e, por subestimarem suas capacidades, não
conseguem resolver as tarefas propostas. A dificuldade e o fracasso em suas atividades
provocam o abandono ou retraimento. OSÓRIO (1996, p.20), afirma que: Sabe-se que o
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alimento afetivo é tão indispensável para a sobrevivência do ser humano quanto o são o
oxigênio que respira ou a água e os nutrientes orgânicos que ingere. Sem o afeto ministrado
pelos pais, o ser humano não desabrocha, permanece fechado.
3 - METODOLOGIA
Nesta pesquisa foi utilizada a qualitativa do tipo estudo de caso. O instrumento
utilizado foi questionário.
Segundo POLITY (2001, p.53), os paradigmas das pesquisas qualitativas têm como
ponto em comum a ênfase no termo subjetivo e intersubjetivo em lugar da pretensa
objetividade e utilização de metodologias que buscam compreender e interpretar, em lugar de
explicar. A seguinte pesquisa será do tipo estudo de caso, o que refere-se ao estudo descritivo
de uma unidade, seja uma escola, um professor, um aluno ou uma sala de aula.
A pesquisa se realizou num ambiente escolar, onde os sujeitos principais foram os pais
dos alunos com objetivo de diagnosticar a importância que os mesmos atribuem na
participação deles na escola, também foram os sujeitos da pesquisa professores, coordenador
e alunos. O instrumento utilizado foi questionário para os 10 professores, 10 alunos e um
coordenador que foi aplicado na escola e para os 10 pais realizando uma visita em casa e
levado o questionário para responderem. A pesquisa foi realizada durante 40 horas, com
duração de duas semanas, na Escola Municipal de Guamirim, Irati – Pr. Administrada pela
Secretaria Municipal de Educação.
4 - DESENVOLVIMENTO
A presente pesquisa como dito anteriormente desenvolveu-se na Escola Municipal de
Guamirim – Ensino Fundamental e Educação Infantil.
No que se refere aos questionários junto aos 10 professores, a primeira questão diz
respeito à formação especifica dos mesmos, 10 % cursaram o magistério em nível de 2° Grau,
40% já concluiu o normal superior, 20% estão cursando o normal superior, 10% é licenciado
em letras, 10% possui o curso de pedagogia concluído, 10% estão cursando pedagogia e 30%
do quadro já concluiu curso de pós-graduação a nível de especialização na área de educação,
10% está em curso.
Estes dados demonstram que os professores possuem formação inicial em nível de
magistério de 2° Grau, mas esta formação ainda esta distante do que é preconizado na lei
9394/96 e nas políticas públicas que tratam da formação dos professores, isto é, de ter um
quadro de professores do Ensino Fundamental com nível superior. Pois segundo
DEMETERCO (2003, p.70) “A formação de um professor é continuada ao longo de nossa
atividade docente. Entretanto, pouco se pensa sobre essa prática pedagógica.”
Quanto ao tempo de trabalho os dados são bem diversificados. 10% têm 29 anos de
trabalho, 20% 22 anos, 10% 6 anos, 10% 5 anos, 10% 4 anos, 30% 3 anos, 10% 2 anos. Estes
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dados demonstram que têm professores que foram formados em épocas bem diferentes, o que
leva a crer que vivenciaram momentos bem diferentes na educação do Brasil, como alunos e
como profissionais.
No questionário aos professores, quanto ao conhecimento da realidade sócioeconômico
e cultural do aluno, 100% dos professores disseram que conhecem, mas 80% não
especificaram quais aspectos conhecem. E entre os outros 20% dos professores, 10%
responderam que a maioria pertence à classe média e média baixa, filhos de agricultores, com
pouca formação escolar, 10% dizem, sim, que têm conhecimento da realidade sócioeconômico,
mas dizem que são poucos os problemas que trazem, para sala de aula,
consideram que os alunos são tímidos e não fazem comentários.
100% dos professores ao responderem que conhecem a realidade sócio-econômico e
cultural do aluno, mas não explicaram qual é essa realidade. Se não comentam com clareza e
precisão, dizer sim não expressa o conhecimento que possuem. Apenas 20% dos professores
expressaram apontando causas sociais e o grau de escolarização dos pais.
Foi argumentado se os pais participam no processo educativo e como? 30% dos
professores disseram que sim, que os pais participam, desses, 30%, 10% descrevem que os
pais participam das reuniões, 10% nas tarefas de casa, leituras, e que são poucos os que vêm
até a escola, mas em casa oferecem subsídios e 10% relatam que sempre auxiliam seus filhos
nas tarefas, através de diálogo com os mesmos no dia-a-dia demonstram interesse em saber
como foi seu dia na escola. 70% dos professores comentaram que a participação dos pais na
escola deixa muito a desejar, poucos estão presentes em tarefas e reuniões.
De acordo com a visão dos educadores a participação dos pais no processo de aprendizagem
de seus filhos como nos mostram os dados acima é fundamental esse apoio, é necessário
ajudar na realização das tarefas, estar na escola, apoiar os professores e participar das reuniões
que acontecem na escola. Mas não são 100% dessa participação, 70% dos professores e
alunos sentem a falta de apoio e motivação neste sentido. Sem a colaboração dos pais é mais
difícil diminuir o fracasso escolar.
A hipótese é que crianças e jovens com dificuldade de
aprendizagem podem ser beneficiados com uma
intervenção familiar, que lhes possibilite sair da posição
portadora do sintoma para a construção de uma nova
relação com o saber. Pois, penso que seja qual for à
etiologia da dificuldade de aprendizagem (neurológica,
emocional, cognitiva ou genética), o grupo familiar é
fator decisivo para a condução e/ou resolução da
situação. (POLITY, 2001 p. 16).
Na pergunta aos professores, se os pais têm influência no fato de seu filho ser bom ou
mau aluno, 100% dos professores disseram que sim, os pais têm muita influência no fato de
seus filhos serem bons ou maus estudantes. Desses 100%, 10% responderam que os pais têm
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por obrigação auxiliá-los na vida escolar. Com o apoio dos pais sentem-se mais seguros na
escola. 10% relataram que os pais influenciam na aprendizagem do aluno, pois o professor
trabalha ao mesmo tempo com muitos alunos e não tem como atendê-los individualmente. O
aluno que recebe auxílio em casa desenvolve-se melhor em seu ensino aprendizagem. 10%
dos professores disseram que sim, pois tiveram experiências com três alunos com dificuldades
de aprendizagem, chamei os pais dos mesmos, para um diálogo, mas apenas dois
compareceram, relatei que os filhos apresentavam dificuldades na leitura. Daquele dia em
diante em que os pais se comprometeram e se conscientizaram em acompanhar e ajudar seus
filhos houve grande evolução na aprendizagem dos referidos alunos. Aqueles alunos que não
obtiveram auxílio em casa não apresentaram bom desenvolvimento. 10% dizem que os pais
devem dar suporte em casa e estimulá-los, mostrar interesse pelo futuro de seu filho. 40% dos
professores descrevem que essa influência é muito grande no fato do aluno ser bom ou mau
estudante, e com esse apoio dos pais, os alunos ficaram mais fortes e dedicados no estudo e
em seu futuro. Os outros 20%, disseram apenas que sim, sem justificar.
É essencial que as crianças recebam apoio dos pais, pois com suporte emocional
desenvolvem base sólida e senso de competência que possibilitam a eles uma auto-estima
satisfatória. Para dar apoio, os pais precisam examinar suas competências e seus
conhecimentos. Muitas vezes em casa, os pais estão com muitos problemas de trabalho ou de
outras coisas e não têm tempo para se dedicar aos folhos. Para POLITY (2001, p.25), fatores
da vida psíquica da criança, que podem atrapalhar o bom desenvolvimento dos processos
cognitivos, e sua relação com a aquisição de conhecimentos e com a família, na medida que
as atitudes parentais influenciam sobremaneira a relação da criança com conhecimento.
Foi relatado se os alunos trazem problemas familiares para sala de aula? Que tipo de
problema? 60% dos professores responderam que não e 40% dos professores disseram que
sim. Desses 40% que responderam sim 20% comentaram que os alunos vêm revoltados de
casa, e trazem seqüelas de brigas, alcoolismo, fatos que levam as famílias ao desequilíbrio
total e 20% dizem que devido a problemas econômicos, nem todos os educandos têm poder
aquisitivo para comprar material escolar; passam por dificuldades financeiras, vêm para
escola muitas vezes sem comer, dormir e mal agasalhados o que atrapalha significativamente
o processo de ensino aprendizagem.
Os dados apresentados mostram-nos que as dificuldades de aprendizagens referentes a
nossos alunos refletem a realidade e condições sociais de vida sem a incorporação crítica da
cultura e nem uma base econômica que a sustente.
Na opinião dos professores, quais são os problemas que mais afetam o desempenho
escolar do aluno? 90% dos professores apontaram para o fato de que os problemas que afetam
o desempenho escolar dos alunos são a falta de participação, acompanhamento e incentivo
dos pais em relação à vida escolar de seus filhos. O que se vê é que os pais deixam de cumprir
algumas tarefas essenciais como: cuidados com a higiene, capricho nos materiais, educação e
outras 10% responderam que o maior índice de dificuldade de aprendizagem e fracasso
escolar encontram-se nas crianças carentes.
Um dos problemas que afeta as crianças no desempenho escolar é a falta dos pais no
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processo de aprendizagem, e não pela situação financeira, mas sim, o desinteresse, a falta de
tempo por causa do trabalho, a falta de apoio, de carinho e amor, causam fracasso no processo
educativo de seu filho, até mesmo desanima o aluno. No entanto, a escola muitas vezes não
consegue resolver esses problemas por não dispor de profissionais competentes que atuem nas
áreas que precisam ser trabalhadas junto ao aluno e a família, o que impede o bom
desempenho das funções da escola.
O que os professores devem fazer para melhorar a participação dos pais na escola?
40% dos professores dizem que devem continuar a organizar reuniões e palestras para os pais
na escola, 10% dos mesmos descrevem que falta os pais se conscientizarem de que a
educação também é de sua responsabilidade, e que não cabe somente à escola essa tarefa. Se
essa conscientização ocorrer, a família e a escola caminharão na mesma direção e a educação
terá mais qualidade. 10% propôs valorizar mais essa participação. 20% dos professores
querem atrair os pais para escola, não só para criticar seu filho, dizer que faz isso, ou aquilo,
mas para elogiá-lo, falar de coisas boas, fazer proposta e conquistá-los juntos, ou seja, pais e
escola, pois a criança também tem várias qualidades que muitas vezes pais e professores
desconhecem, ninguém vive só de erros. 20% dos professores dizem que a escola deve abrir
as portas para os pais e valorizar a sua participação, mostrando que a escola precisa de cada
um deles, para criar e educar cidadãos de bem.
A escola e família têm os mesmos objetivos: oportunizar o desenvolvimento das
crianças em todos os aspectos e a terem sucesso na aprendizagem. Essa parceria é muito
importante, para diminuir os índices de evasão e de violência e melhorar o rendimento das
turmas de forma significativa.
Demonstrar isso às famílias é tarefa dos educadores. Para tanto, é preciso um trabalho
de conquista. Só que é impossível haver aproximação dos pais na escola quando são marcados
encontros para falar de problemas de aprendizagens ou mau comportamento de seu filho. Isso
causa antipatia e repulsa aos pais. O bom relacionamento deve começar na matrícula e se
estender a todos os momentos em que o aluno está na escola.
Nos dados obtidos no que se refere à escolarização dos pais destacamos que, 69,2%
dos pais não têm 2.º grau completo, observamos que eles não estudaram até a 8.ª série e outros
apenas a 4.ª série. Segundo os pais que não têm a escolaridade completa dizem que devido ao
trabalho na roça e que a distância da casa até a escola era muito longe, como antes não havia
ônibus escolar para levá-los à escola, eles não tinham como ir, e para continuar estudar era só
na cidade, porque no interior tinha apenas até a 8.ª série, não havia 2.º Grau. Hoje está tudo
mais fácil, tem ônibus que passa na porta da casa do aluno leva-o até a escola, e traz de volta.
Nas famílias com maior grau de escolaridade é, muitas vezes, a escola, que espera
erroneamente que a criança não seja bem sucedida, com o discurso da carência retirando
assim, a responsabilidade que a escola tem em prover o conhecimento no aluno. Estas
expectativas construídas sobre preconceitos costumam gerar um quadro paralisador que afeta
o desempenho escolar do sujeito.
Quanto ao número de pessoas na família, 10% possuem nove pessoas em casa, 10%
convivem com oito pessoas na família, 20% moram com sete pessoas, 10% vivem a cinco
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pessoas em casa, 20% convivem com quatro pessoas na casa, 30% moram com três pessoas.
A estrutura familiar hoje se apresenta de forma diferente do que estamos acostumados
a ver e conviver. O conceito de família vem sendo modificado ao longo do tempo, em
inúmeras discussões teóricas e estudos em torno do tema, o que demonstra a dificuldade em
se determinar exatamente o que é família. Neste conceito pensamos logo no nosso grupo
familiar, comumente formado por pai, mãe e filhos, todos morando na mesma casa. Mas nem
sempre foi assim. Mesmo hoje não seria prudente pensar apenas nessa estrutura familiar, uma
vez que próprio Censo 2000 mostra novos arranjos desse grupo social que se convencionou
chamar de família.. Dessa forma, o número de famílias compostas apenas por mãe e filhos, ou
pais e filhos, avós e netos, ou mesmo pessoas vivendo sozinhas, podem também ser vistas
como uma família. (DEMETERCO, 2003, p.22).
Foram questionados quantos trabalhavam fora e quem? 50% dos pais responderam que
apenas o pai trabalha fora, desses 50%, 20% trabalha na lavoura, 20% é diaristas (trabalha por
dia) e 10% é supervisor de máquinas, em 40%, trabalha a mãe e o pai fora, desses 40%, 10% a
mãe trabalha em comércio particular (mercado) e o pai em banco, 10% a mãe e o pai
trabalham na lavoura, 10% a mãe trabalha como doméstica e o pai de pedreiro e 10% o pai
trabalha no seu comercio (farmácia) e a mãe é professora. E 10%, é o pai e a tia na lavoura a
mãe em comercio particular (lanchonete).
Como é o relacionamento familiar dos pais com os filhos? 100% dizem que é muito
bom, desses 100%, 10% questionam-se que é bom, mas de vez em quando acontecem umas
brigas, 10% articulam que é bom, mas os filhos ficam fora de casa só chegam à noite e os
pais não têm tempo para conversar com eles. 10% que é muito bom, conversamos muito com
nossos filhos. 40% dizem apenas que é bom, 20% que é ótimo, 10% é muito bom, somos
muito dedicados para nossa filha.
Mesmos os pais dizendo que o relacionamento é muito bom os dados mostram que os
pais não têm muito diálogo com os filhos, para eles o bom relacionamento é aquele que o
filho chega em casa o pai está trabalhando fora para pode dar o conforto que pode, a mãe está
em casa, cuidando das roupas, comida, sem deixar faltar nada. Mas o amor, carinho, atenção,
em muitas famílias são deixados de lado. Sobre estas questões, manifesta (PRESTES, 2005
p.39). Essa preocupação com a educação instala-se no seio da sociedade. Com as mudanças
sócio–político-culturais ocorridas durante o século XX, as pessoas foram aprendendo a
respeitar, a dar lugar, a dar voz às crianças, mas essa atitude não foi sempre vigente nas
relações educativas. Em muitos casos, surgiram problemas em relação a essa nova forma de
relacionamento familiar. Alguns têm dificuldades em colocar em prática essa outra forma de
educar as crianças.
Os pais precisam ter certeza de que educar é importante. Acreditar que colocar limites,
apresentar valores, despertar desejos nos filhos é iniciar o processo de compreensão do mundo
e convivência com o outro. Os pais precisam aprender a compreender que as crianças só
respeitarão seus semelhantes se aprenderem quais são seus limites e entenderem o mundo e o
outro.
Foi perguntado se seu filho estava indo bem à escola obteve-se as seguintes respostas:
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80% dos pais responderam que sim, que estavam indo bem nos estudos, desses 80%, 10%
descrevem que sim, sempre estamos perguntando e ajudando nas tarefas, 10% acham que sim,
até agora nenhum professor me chamou na escola, e 10% relatam que vai muito bem. Os
outros 20% dos pais, 10% dizem que o filho não vai bem na escola, que o filho tem
dificuldade de aprendizagem, 10% dos pais relatam que têm trabalhos filhos na escola, dois
estão indo bem e o outro não, é muito desatento.
Nesta pergunta 50% dos pais ficaram em dúvidas ao responderem se o filho estava ou
não indo bem na escola. Os pais ainda têm o pensamento fechado, achando que seu filho vai
bem na escola, os pais não têm a iniciativa para ir até a escola ver como seu filho está se
desenvolvendo e se está participando das atividades escolares.
Quanto à idade dos alunos, da pesquisa feita da 1ª à 4ª série, estão na faixa etária de 7
anos a 13 anos, 10% tem 13 anos, 10% com 12 anos, 10% com 9 anos, 50% com 8 anos, 20%
com 7 anos. Os alunos pesquisados estão assim distribuídos de acordo com a série, 10% está
na 4ª série, 40% está na 3ª série, 40% está na 2ª série e 10% está na 1ª série.
Houve a preocupação em verificar se os alunos já tinham reprovado. Foi constatado
através de documentos que 30% dos alunos já tinham reprovado, 10% responderam que esse
era o quinto ano de reprovação, 10% descreveu-se ser o terceiro ano, 10% disseram que era o
primeiro ano que reprovou, e 70% responderam que não. Em relação ao diálogo dos alunos
com os pais, com quem eles conversam mais em casa? 40% dizem conversar com a mãe, 30%
falam que conversam com os dois, 10% diz com o pai, mãe e irmãos, 10% tem um diálogo
mais com a avó, 10% relatam conversar com os irmãos.
A maioria conversa com a mãe, com irmãos, avós, mas são poucos o que dizem
conversar com a família, a relação paternidade parece pouca nesses dados, O pai está
trabalhando fora, muitas vezes só vem para casa os finais de semana ou uma vez por mês e
quando está em casa não tem tempo para dar atenção a seu filho. Segundo (PRESTES 2005,
p.39) “A função materna é entendida como aquela que provê o bebê com segurança,
confiabilidade e proteção. Inclui também a construção da rotina cotidiana de cada bebê. A
função paterna destaca-se por cumprir um papel de corte, de inscrição dos limites. Ou ainda, a
‘consciência moral’ de cada sujeito, permitindo, deste modo, uma convivência social
harmoniosa, produtiva e saudável.“
A família tem que resgatar o diálogo com os filhos, muitas vezes a televisão é um dos
grandes obstáculos para o diálogo. Famílias inteiras passam horas frente à televisão quase sem
conversar sobre diversos assuntos e menos ainda sobre as atividades desenvolvidas na escola
pelos seus filhos. Foi perguntado se os alunos estavam indos bem na escola? 60%
argumentam que sim, 10% contaram ser bom, 20% dizem que muito pouco, 10% informaram
que não estavam indo bem na escola.
Dos 100% entrevistados? 40% tiveram dúvidas e inseguranças ao responderem se
estavam ou não indo bem na escola, e 60% mostrou-se muito seguros ao responder que sim,
apoiados pela sua família e com muito interesse em aprender.
Analisando a questão sobre a preferência dos alunos para permanência na escola ou
em casa, 100% revela que preferem estar na escola, desses, 50% dos alunos preferem ficar na
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escola por que é melhor do que estar em casa, 10% diz gostar de ficar na escola porque
aprende mais coisas e em casa os pais brigam muito, 10% relataram que a escola tem amigos
para conversar, em casa só a irmã pequena, 10% escolheram a escola por que em casa não dá
para fazer nada; 20% dos alunos disseram que é na escola, mas não justificaram o porquê.
De acordo com os dados, constata-se que eles preferem ficar mais na escola, do que
em casa. Na escola, estão os amigos para conversar e brincar, até mesmos contar os seus
segredos, receber o carinho, atenção de sua professora, aprender algo, etc. Quando estão com
dificuldades de aprendizagem, é a professora que batalha para conseguir ajudá-los na
aprendizagem.
Com efeito. Cumpre aos pais assegurar a si mesmos e aos
filhos desenvolvimento pleno físico, emocional, mental,
social e espiritual. Conhecer a interdependência desses
vários planos: o estudo por exemplo, depende muito da
afetividade, do estímulo recebido em casa, e não apenas
da aptidão para compreender. È preciso também saber
levar os filhos a integrar os valores positivos do trabalho,
da televisão, das leituras, dos companheiros. Criar
ambiente-crescimento no lar, de modo a permitir o
desenvolvimento pleno do grupo, e de cada pessoa dentro
do grupo, na direção exigida pela destinação eterna e no
ritmo exigido pela aceleração da história. (SCHMIDT,
1973, p. 11-12).
Quando perguntei o que os alunos fazem em casa obtive as seguintes respostas: Dos
100% entrevistados, 70% descrevem que em casa brincam e assistem TV, desses 70%, 30%
brincam com os amigos e assistem TV; 20% brincam com os irmãos; 20% dos alunos em casa
brincam, assistem TV e estudam e os outros 30% dos alunos dizem que trabalham em casa,
desses 30% sendo que, 10% trabalham com o pai/ 10% ajudam a mãe cuidar do irmão
pequeno e estudam, 10% dizem que trabalham mas não justificaram. Segundo (ROGERS,
1970, p.23) “Os seres humanos têm necessidade instintiva de viver em grupo. É disso que a
criança precisa, através do relacionamento dos amigos, adquiri o verdadeiro valor das coisas.”
Nestes dados obtidos, verifiquei que a maior parte dos alunos ficam em casa em frente
à TV, ou brincando com os amigos, a criança, fica maior parte do tempo em grupo de amigos,
quando ela chega em casa ela tem que se ocupar com alguma coisa, pois se os pais não derem
atenção a ela, a criança vai sair até achar alguém que ela possa conversar. E muitas vezes
encontram na rua, amigos que não são boas companhias, usuários de drogas, alcoolismo, pois
a criança aprende o tempo todo com tudo e todos ao seu redor.
Foi perguntado para os alunos sobre a participação dos pais na escola? 90% disseram
que é muito importante, e 10% responderam que não. 90% dos alunos relataram que é muito
importante essa participação dos pais na escola, pois através disso, os pais ficam sabendo o
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que está se passando na sala de aula e na vida escolar de seu filho, e através disso os alunos
ficam mais apoiados e seguros. Os 10% dos alunos que responderam, não é importante,
justificaram dizendo, “só vem brigar com agente na frente dos amigos.”
Os alunos esperam dos pais, mais confiança, dedicação e tempo para eles, tempo de ir
até a escola, nas reuniões perguntar como está sendo a realização do trabalho na escola com
seus filhos, e mais ainda apoio e orientação para enfrentar as mudanças da sociedade, e
evitando a violência, os vícios e os crimes. Para PRESTES (2005, p.37), a família e a escola,
por serem as primeiras unidades de contato contínuo, são também os primeiros contextos nos
quais se desenvolvem padrões de socialização e problemas sociais. É fácil perceber que o
cabo destes dois alicerces interfere diretamente na estrutura pessoal de um indivíduo,
principalmente, quando esse está em formação.
No questionário feito com a coordenadora, sobre ao tempo de trabalho na escola, ela
informa que foram 30 anos de serviço. Foi argumentado sobre como estava sendo trabalhado
a APMF? Segundo a coordenadora é ativa e participativa. Nas dificuldades apresentadas pelos
pais em relação à educação dos filhos, respondeu que não há nenhum problema; E o que a
escola tem feito com relação à participação dos pais na escola? Ela tem feito projetos,
palestras, reuniões. Muitas escolas têm problemas com alunos que reagem mal com a
professora ou com os colegas, não querem ir à escola, até mesmo com os pais que não estão
satisfeitos com o trabalho que é realizado na escola, é difícil encontrar escola que é um
paraíso, atualmente. Há muitas escolas que faz uma reunião, a cada bimestre ou até mesmo
uma vez por ano, e na construção do projeto pedagógico, muitas elaboram e transformam-no
em mero documento escrito para o cumprimento da legislação, e na maioria das vezes só é
elaborado pela direção ou equipe pedagógica sem a participação dos professores. Mas é
preciso que inicie um processo de planejamento, com envolvimento de professores, pais,
alunos, funcionários e membros da comunidade. Com o domínio da equipe pedagógica em
que todos estudam, analisam as dificuldades encontradas no processo escolar.
5 - CONCLUSÃO
Após ter feitas as leituras e coleta de dados junto aos alunos, professores e
coordenação, concluí que os professores e alunos estão sem apoio dos pais, em educação dos
alunos, mandando para escola que é ela que tem responsabilidade de ensinar e educar, hoje
nós temos muitas famílias que não tem ponto para os filhos, vem sendo o trabalho do dia-adia,
acarretando cada vez mais, deixando de lado a família. Percebemos as dificuldades
encontradas pelos professores das séries iniciais, para atender às necessidades individuais de
seus alunos, pois geralmente lecionam em classes numerosas formada por alunos que estão
ingressando pela primeira vez na escola. Questionam que os problemas que mais afetam os
alunos são a falta de apoio dos pais, a falta de atenção e a falta da participação dos mesmos no
processo educativo, e não o caso de ser pobre economicamente ou não, mas sim a falta de
tempo para os filhos.
Os professores das séries iniciais reconhecem a impotência da participação dos pais na
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vida escolar dos filhos, principalmente, quando os mesmos auxiliam seus filhos nas tarefas
escolares, são zelosos com os materiais escolares, preocupam-se com a situação escolar e
emocional de seus filhos.
Quando os pais são participativos nas atividades realizadas pela escola o aluno se
desenvolve com maior facilidade, quando surge uma dificuldade pais e professores dialogam
buscando resolver juntos o problema, deixando de lado as acusações feitas “quando as notas
altas deixam a desejar, e começa o jogo de empurra, professores acusam os pais e os pais
acusam os professores”, e assim surgem as transferências de responsabilidade, fazendo cada
um a sua parte.
A escola precisa abrir as portas para essa participação dos pais, trazendo-os à escola
com as atividades diversificadas e do interesse deles.
Constatamos na pesquisa que os pais participam na escola só quando tem reuniões para falar
de notas ou de problemas, se a professora não convocá-los os pais à escola por que tudo vai
bem, sendo assim os pais não se preocupam de ir até a escola para saber como está indo o
desenvolvimento do seu filho.
O Projeto Pedagógico que é tão valorizado está deixado para trás. A escola pode
organizar festas, palestras, mas desenvolver o projeto onde os pais possam contribuir e
participar, chamar os pais na escola para elogiar o desempenho de seus filhos na
aprendizagem, pode ser uma meta para trazê-los à vida escolar de seus alunos.
A escola precisa parar de culpar os pais e os pais parar de culpar a escola pelo fracasso
escolar. No entanto devem unir-se e juntos buscar solução para o fracasso educacional.
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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COLL, César. Desenvolvimento psicológico e educação. V. 1. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1995.
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2003.
GARRISON, K. C; BERNARDO, H. W; KINGSTON, A. J; Psicologia da criança. 3ª Ed.
São Paulo: IBRASA, 1979.
LOBO, Luiz. O seqüestro das emoções: como desenvolver os sentimentos da criança e
educar seu filho para controlar as emoções e ser feliz. Rio de Janeiro: Lacerda Editores,
1999.
MACEDO, R. M. A família diante das dificuldades escolares dos filhos. Petrópolis: Vozes,
1994.
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NADAL, Beatriz Gomes. A dinâmica do ensino-aprendizagem na sala de aula. Mariná H.
Ribas. Ponta Grossa: UEPG/CEFORTEC.2005.
OSÓRIO, L. C. Família hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
PAOLA GENTILE, de Aracaju, Belo horizonte e Colorado. Escola e Família, todos
aprende, com essa parceria, Revista Nova Escola, 2006.
POLITY, Elizabeth. Dificuldade de aprendizagem e família: construindo novas
narrativas. 1ª. Edição. São Paulo: Vetor,2001.
SCHIMIDT. Maria Junqueira. Também os pais vão à escola. 4ª ed. Ver. E atual. Rio de
Janeiro, Agir, 1973.
ROGERS, Carl. Tornar-se pessoa. Lisboa: Moraes, 1970.
PRESTES, Irene Carmem Piconi. Psicologia da educação - Curitiba: IESDE, 2005.
ZAGURY, Tania. Escola sem conflito: Parceria com os pais. Rio de Janeiro: Record,2002.
7 - ANEXOS
Para coleta de informações foram utilizados os seguintes instrumentos:
A- Entrevista com os professores, alunos e pais.
Questionário com os alunos:
A- Qual é seu nome?
B- Qual é sua idade?
C- Que série você estuda?
D- Você já reprovou algum ano?
E- Em casa com quem você conversa mais?
F- Você vai bem na Escola?
G- Onde você gosta de ficar mais na escola ou na casa? Por quê?
H- O que você faz em casa?
I- O que você acha da participação dos pais na escola?
Questionário: com a supervisora
A- Há quanto tempo trabalha na Escola?
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B- Como trabalha a APMF?
C- Quais as dificuldades apresentadas pelos pais em relação à educação dos filhos?
D- O que as escolas têm feito com a relação à participação dos pais na escola?
Questionário / professora:
A- Qual é a sua formação específica?
B- Há quanto tempo trabalha nessa escola/?
C- Conhece a realidade sócio-econômico e cultural e cultural de seus alunos?
D- Os pais participam no processo educativo? Como?
E- Os pais têm influência no fato de seu filho de ser bom ou mau estudante?
F- Seus alunos têm trazido problemas familiares para sala de aula? Qual tipo de
problemas?
G- Em sua opinião, quais os problemas que mais afetam o desempenho escolar de seus
alunos?
H- O que você acha que deve ser feito para melhorar a participação dos pais na escola e a
sua contribuição no processo educativo?
Questionário / pais:
Nome:
Profissão:
Nome do aluno:
A- Grau de escolaridade dos pais;
B- O número de pessoas na família;
C- Quantos trabalham fora e quem?
D- Como é seu relacionamento familiar?
E- Seu filho vai bem na escola?
F- Costuma participar das reuniões na escola? De quanto em quanto tempo?
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