domingo, 18 de dezembro de 2011

O que me leva a continuar com o meu trabalho

No cotidiano do meu trabalho como orientador educacional estou sujeito a muitas resistências. Não sou compreendido pelos meus colegas professores, pelas famílias e sou ridicularizado pelos alunos que riem de mim com frequência. Eu sinto como "peixe fora d`água". Parece que estou falando grego. Parece que não falamos a mesma linguagem. Eu, como representante da escola, eu, que estudei a minha vida inteira na escola e não sei fazer outra coisa senão trabalhar em escola. Acho que não compreendo a escola. Na escola não se vive um mundo real, é um outro mundo. É um local onde se ensina a ler e a escrever, mas, ninguém ali lê e escreve. Na escola se ensina gramática, quem é que escreve corretamente de acordo com as normas gramaticais?

Publico esse texto que recebi de uma aluna porque ele demonstra um pouco do que consegui fazer. Essa aluna entendeu a proposta. Graças a Deus!!! Ela me dá forças para continuar. Ela, pela Graça de Deus, aponta o caminho. Não estou falando grego tanto assim, há esperança.




"Eu, Alícia, me reconheço que não sou uma aluna exemplar. Que muitas vezes eu venho a escola e não levo as aulas muito a sério, mas tento me comportar de acordo com as regras da escola. Respeitando o direito dos meus amigos e professores. Sei a hora certa de fazer as coisas. Tento chegar no colégio sempre cinco minutos antes do sinal para poder entrar em sala no horário certo.

Tento manter minha nota no boletim sempre na média, pois assim irei me controlar.
Eu sei lidar com meus problemas  resolvendo tudo na paz, sem briga e sem confusão.
Se eu pudesse voltar atrás no início de tudo, voltaria e fazia de mim outra pessoa, uma garota responsável, estudaria mais e melhoraria as minhas notas, mas, eu sei que não é tarde para isso, e todo esse ano perdido fazendo bagunça.

Os amigos, no futuro, irei sentir falta e então será tarde para chorar...

Sei que todas as vezes que o orientador me chamava para olhar o meu caderno e me dava aquela leve bronca, sempre foi pensando no meu futuro. Eu não gostava muito, mas isso foi fazendo eu pensar:  "se ele faz isso é porque ele me ama e que quer eu me dando super bem no futuro..."

Então, eu agradeço:

Obrigado por puxar minha orelha e fazer eu pensar na minha vida escolar."


O texto é de autoria da aluna., são suas próprias palavras, escrito no dia 29 de novembro de 2011. É o item 7 da Ficha de Auto-Avaliação Atitudinal e Procedimental. Eu fico feliz porque não foi a única. É a resposta que Deus me dá para continuar o meu caminho. Não desistir, apesar das dificuldades.

Obrigado Alicia pelas palavras carinhosas. Tenho certeza que aprendeu muito e progredirá muito na vida.

Breno José de Araújo
Orientador Educacional
Ibirité, 18 de dezembro de 2011.

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Uma pedagogia articulada com os interesses populares valorizará, pois, a escola; não será indiferente ao que ocorre em seu interior, estará empenhada em que a escola funcione bem; portanto, estará interessada em métodos de ensino eficazes. Tais métodos se situarão para além dos métodos tradicionais e novos, superando por incorporação as contribuições de uns e de outros. Portanto, serão métodos que estimularão a atividade e iniciativa dos alunos sem abrir mão, porém, da iniciativa do professor; favorecerão o diálogo dos alunos entre si e com o professor mas sem deixar de valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente; levarão em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos.

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